sexta-feira, 22 de maio de 2009

REFLETINDO EM TORNO DAS SEPARAÇÕES


Nas lidas em torno das liças terapêuticas e ás voltas com as questões das “Relações Afetivas”, muitas vezes deparamos com situações bastante complicadas, más na realidade nenhuma delas nem de longe se compara às questões ligadas a falência das instituições familiares, o naufrágio do casamento em si, e principalmente quando esta questão se dá motivada pelas famigeradas traições conjugais.
Raríssimos são os casos trabalhados onde haja uma aceitação tranqüila da situação motivadora do termino das relações e sem que isto provoque grandes cisões pessoais, conjugais e de grupo, em geral provocando dramas difíceis de serem absorvidos, complicados de entendimento e pesados quanto ás conseqüências, e cuja logística de solução por melhor que seja trabalhada deixará um elenco dolorido de marcas que tendem a se aprofundar e a reclamar solução na estrutura psíquica de todos os envolvidos.
Em geral como se dão estes processos?
Gostaria de trabalhar aqui três situações motivadoras e definidas e que são bem salientes nestes dolorosos processos, a saber:
“ A Busca contumaz de experiências novas sem que hajam compromissos”
Isto se dá quando o homem busca não uma companheira, ou uma nova parceira, ou uma nova experiência afetiva, na realidade não é esta a situação. Neste caso misturam-se dois ingredientes incendiários e perigosos, o primeiro é a necessidade do gozo, no sentido do aproveitar a vida, sem que se leve em conta o fator irresponsabilidade para com a estrutura familiar já definida, neste caso prevalece tão somente o sentido unilateral, pessoal, egoísta, egocêntrico fixado na necessidade de se obter gratificação afetiva sem a necessidade de retribuição ou de nenhum vinculo afetivo. Nestas situações nunca existe a presença de uma pessoa definida, isto porque não há itens para uma escolha propriamente dita, nem mesmo nenhuma aspiração maior que venha significar um projeto de vida, nota-se nestas situações uma vivencia pontilhada de ilusões e das muitas fantasias que povoam tanto o consciente como o inconsciente pessoal, as pessoas agentes vão se aprofundando cada vez mais num profundo faz de conta, fogem apressados das realidades, das responsabilidades e assim passam a viver egoisticamente como se eles fossem o centro de todas as coisas, que o mundo inteiro girasse somente em torno deles, e que ninguém mais tivesse sentimento ou que mesmo merecesse consideração ou respeito.
Analisando estes indivíduos, observo que sempre há um retorno, aliás vamos chamar isso de uma migração, porque retorno tem muitas vezes o sentido de uma coisa definitiva e a migração ela sempre se repete em épocas bem definidas ou não, no entanto é marcada por intensas revoadas e comumente há o retorno ao ponto de origem, as aves migratórias por exemplo nunca param elas vivem de estações. No caso estes indivíduos sempre retornam ao lar, comumente não querem e nem admitem perdê-lo, querem preservar o status conjugal e as comodidades da vida a dois, até mesmo por questões de conveniência, seja pelo conforto, pela tranqüilidade, ou porque eles sabem que acima de tudo a separação lhes oneraria com o pagamento de pensões, o que eles em geral acham injustas e imerecidas, por isso mesmo muitos preferem mesmo manter a vida vivida no mundo do faz de conta, assim finjo que sou casado e voce finge que acredita e assim nós vamos empurrando a nossa desdita, ou melhor a nossa vida maldita!...
Observo na lida com estas situações tratarem de pessoas mal resolvidas quanto a sua “Adolescência”, em geral são pessoas que não conseguiram resolver as questões edipianas, e por conseqüência viveram de forma pobre as experiências da adolescência ou na maioria das vezes não viveram, foram castrados quanto ao direito de terem sido jovens, muitas vezes por causa de dedicação exclusivista aos estudos, pais castradores, doenças no período, ou mesmo por uma entrega religiosa de época que após vivida ela se desfaz deixando para trás um vazio de experiências Más interessante é que também tenho observado que numa parcela representativa de casos, existe a repetição daquilo que chamaremos aqui de “cena primária”, exemplos paternos que foram fixados durante a criação, em geral no período dos sete aos catorze anos, ou seja são comportamentos transferidos no processo estrutural da criação.
Certo é que em geral estes comportamentos se justificam sempre no histórico de vida da individualidade, há uma construção efetivada por herança comportamental, ou uma construção verificada pela necessidade de reproduzir a frente uma fase da vida que não foi vivida no momento correto ou que tenha sido mal vivida, [e como se fosse um esforço de compensação para se recuperar a adolescência perdida. Certo é que nestes casos não existe a busca ou o desejo de compromissos, não há nada que seja sério, que traga, ou se pense em viver qualquer sentido de realização.
Resumindo a questão, e para ficarmos muito bem entendidos, nestes casos existe tão somente a procura por belos corpos e que muitas vezes são até inferiores ao que já se lida na intimidade doméstica, é que a cabeça, coitada, gravita única e exclusivamente em função do orgasmo.
É o orgasmo, gozar eis a questão!...
Tudo se dá e se elabora em função do orgasmo, gozar é a grande questão e nada de estabelecer vínculos!...
Em geral é uma fase passageira, e ainda que não haja um tempo definido nem para começar e tão pouco para terminar, sempre há o retorno a adolescência perdida, que mais dia e menos dia ela é sempre reclamada e necessariamente tem que ser vivida.
Melhor dizendo gratificada.
Certa vez convivi com uma experiência com uma pessoa já com os seus trinta e quatro anos, casado, pai de dois filhos, e um profissional muito bem sucedido, um bom pai, até ali vinha interpretando bem o papel de um marido exemplar e que muito repentinamente passou a viver uma ampla transformação. Ele saindo do nada começou a reformar seu guarda roupa assim foi abandonando aquelas roupas mais convencionais e retornando gradativamente a uns vinte anos atrás, tornou-se rapidamente um verdadeiro “Bad Boy”, assim quase ao mesmo tempo ele trocou também o carro optando por um modelo esportivo todo modificado e equipado onde o som era o grande destaque.
Daí para frente passou a viver de noitadas, boites, saídas constantes, barzinhos, dessa forma passou a se vangloriar junto aos amigos, pois segundo ele abatia compulsivamente uma mulher por noite, vivia, falava, transpirava, respirava, pensava em menininhas, garotas, programas, acampamentos, viagens, shows, ainda que para isso tivesse que inventar as histórias mais mirabolantes possíveis dentro do lar. Más ainda que vivendo assim ancorado no meio de toda essa agitação ele sempre retornava ao lar, fazendo questão de manter a boa convivência familiar. Fazia juras de amor eterno a esposa, chorava compulsivamente, pedia perdão pelas saídas, e prometia nunca mais repetir os acontecimentos do dia anterior.
Aliás, sem perceber, ele protagonizava cenas muito características e próprias dos adolescentes, más apesar de toda áquela representação as recidivas eram cada vez mais freqüentes muito constantes, e dessa forma o seu casamento, o seu lar e a sua família foram todos afundando numa terrível crise até que a separação realmente foi o melhor caminho para todos.
Felizmente para o sossego das crianças e felicidade geral da nação eles separaram!...
Naquele instante ele não se abateu, e muito menos sofreu com o sofrimento de todos os envolvidos, dizia-se vitorioso, acabara de ganhar a liberdade, e assim o nosso amigo permaneceu por mais dois longos anos.
Até que de repente aquela adolescência tardia começou a passar, as roupas, o carro, o cotidiano, e o comportamento foram retornando ao mundo real, e foi aí que ele então começou a tomar consciência das novas realidades que o cercavam e desesperou, ficou enlouquecido, tentou de todas as formas reatar o seu casamento, más a esta altura a sua ex já estava parcialmente recuperada do trauma, as crianças seguiam tranqüilas a nova caminhada de filhos de pais separados. Ela então firmemente comprometida com o outro relacionamento e muito feliz, rechaçou feroz e decididamente todas as suas tentativas e não abriu mão de sua felicidade.
Olha, ela estava muito certa, lúcida, aliás as pessoas felizes são as pessoas bem resolvidas, ela não teve medo de suas decisões.
Infelizmente então, restou-lhe um duro período de três anos e meio mergulhado até o pescoço em profundas crises depressivas, arrependido, perdido, apático, sem entender direito como aquele pesadelo havia acontecido em sua vida, e por repetidas vezes ele me disse, “nossa nem sei como tudo isso aconteceu!...
Assim decorridos mais de oito anos, hoje ele continua abatido, esmagado em seus pesadelos, lamentando sempre o curso de sua história, vendo a ex muito bem sucedida, os filhos distantes desagregados do pai biológico, más agregados a um pai emocional que lhes acolhera no momento da orfandade plena, ele, contudo segue vivendo as mulheres como um bicho papão, vendo as mulheres como um “satanaz” dentro da sua vida, más hoje felizmente encontra-se melhor resolvido por ter entendido que tudo ocorreu porque ele foi o produto exato de sua criação, foi criado como sendo uma máquina para vencer o vestibular, um robô para a realização profissional, ele foi criado para ser também a realização dos próprios pais, para ser a própria modernidade, imediatista, materialista, frio e sem coração para emoções duais, os pais roubaram dele impiedosamente a sua adolescência sem sequer lhe perguntar se ele queria viver assim ou de outra forma.
Acontecimentos estes que são muito comuns na modernidade, não temos criado os nossos filhos para a felicidade, nós ambicionamos o sucesso, e assim os criamos somente para o sucesso, infelizmente andamos meio esquecidos de que “ser feliz” é um estado de alma, fazer sucesso é coisa de momento, hoje fazemos e amanhã não fazemos, não percebemos que o maior dos sucessos do ser é a felicidade que acontece em nosso mundo interior!....
Raramente as pessoas de sucesso conseguem lidar com a felicidade, conseguem ser felizes, más certamente todas as pessoas felizes fazem sucesso, isto porque o primeiro acontece no mundo exterior enquanto que a segunda condição somente transcorre na alma!...
Convivi também com uma experiência onde um marido me procurou trazendo a sua esposa e logo de cara foi logo me dizendo: Olha estou trazendo esta aqui, como uma ultima tentativa, veja bem ou ela ficou doida de vez, ou está com o satanás no corpo, ou perdeu de vez o juízo!...
_____ Sim mas o que aconteceu?
Olha essa mulher está com o capeta no corpo, agora só quer saber destas calças apertadinhas, botas do tipo Farwest, o negócio dela é balada todos os dias, balada e somente balada, ela agora deixou a casa, as obrigações do dia a dia e a vida dela agora é somente bailão sertanejo!...
Ora aquilo para mim não era novo, era tão somente mais uma experiência, assim eu olhei para aquela senhora que apresentava uns quarenta a quarenta e cinco anos, toda fantasiada de “cocotinha”, aliás, ridiculamente vestida, toda produzida ali na minha frente a ironizar debochadamente o marido, e eu então logo entendi o que se passava. O tempo rapidamente foi me mostrando a natureza terrível daquele quadro de regressão aos níveis da adolescência, blusinha apertadinha, aqueles seios já murchos perdidos e amassados ali dentro, aqueles olhos cobertos de rimel e muita sombra, boca lavrada naquele batom encarnado e sempre fazendo as melhores caras e bocas, há já ia me esquecendo de falar do chicletes sempre mascado ininterruptamente.
Gente, acreditem não me lembro de ter vivido uma coisa mais patética!...
Ela vivia intensamente as noitadas, disputava os namorados tenazmente com as filhas, e queria porque queria fazer parte daquela tribo de jovens agregados ao sertanejo. Na verdade ela corria atrás daquela turma, ela corria atrás das filhas, e somente ela não percebia que todos ali corriam as léguas dela, naquilo que os jovens chamam de “dar um perdido... ” O marido vez por outra me perguntava sobre o que eu sabia dos acontecimentos, nutria aquele ciúme doentio vivendo aquela sensação de estar sendo traído, ao que eu sempre me esquivava do assunto, aliás uma coisa é mentir outra coisa é omitir e eu não me permito mentir. Eu então jurava de pés juntos que tudo estava correndo bem e na verdade estava mesmo, e que aquilo era tão somente uma fase, e que todo casamento estava sujeito a estes acontecimentos, e que mais dia e menos dia tudo iria passar, aliás assim eu esperava, pois era um casal que já tinha passado do tempo de separações, e também sem tempo para operar as reconstruções devidas, e isso sendo assim somente traria de futuro sofrimentos profundos para ambos e talvez ainda acarretaria a falência daquela família que tinha avançado até ali a duras penas.
Aliás me desculpem más acho que neste mundo do senhor meu deus existe tempo para tudo, inclusive para separar, entretanto eu também reconheço que ainda que fora de tempo existem muitas separações que se justificam pela esterilidade com que a vida conjugal se mantêm, aliás muitos casamentos somente se separam fora do tempo pelo tempo de insistência com alguma coisa que já foi a óbito a muito tempo.
Muitos são casamentos que já morreram a muito tempo, estão já em pleno velório, e aí vão adiando o enterro porque nem o defunto tem coragem de descer para cova e nem a viúva tem a dignidade e a competência de ultimar o enterro, aliás me lembro muito de um caso especial da “Rede Globo” chamado “Um Incidente em Antares” , falando justamente disso, no caso dos defuntos que retornam ao convívio dos vivos, não se enterram e nem se conformam em terem sido enterrados.
Más voltando a vaca fria, a essa penúria terapêutica, na verdade ela perdurou por quase dois anos e seis meses, até que um dia sem que e sem para que, ela chegou a mim completamente mudada e me dizendo assim:
______Olha estas minhas blusinhas não estão me vestindo bem, estou me sentido mal dentro delas!...
E eu imediatamente pensei, olha esse satanás da “Adolescência tardia” foi finalmente exorcizado, foi presa e amarrada em nome de Jesus.
Aleluia senhor, pois a cura finalmente chegou!...
Mais alguns poucos dias e ela estava e novo como a quatro anos atrás, vestida a caráter como convinha a sua idade, moderna dentro da sua idade, gozando a plenitude da mocidade de sua idade.
Assim graças a Psicologia essa brava guerreira que não desiste nunca e que acredita até o fim, eles não se separaram, e eu virei um ídolo para o seu marido dela que ainda hoje me acha um verdadeiro santo milagreiro, hoje eles vivem alegres, felizes, muito bem unidos e curtindo já a presença de quatro netinhos maravilhosos, ninguém mais naquela casa ousa falar do passado tudo isso ficou no passado!...
Aliás, eu não sei se é por respeito ou por conveniência ou se pelos dois...
Ora claro que existem também os finais felizes!...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

QUANDO O DESEJO ACABA!...

É muito comum em nossa prática terapêutica lidarmos com um estado de queixa que é prevalente tanto para os homens quanto para as mulheres, nos casos dos homens sempre dizem: “não sinto mais nada por minha mulher” ou “não tenho mais tesão nenhuma por minha mulher” ou “olha não estou mais suportando nem ouvir a voz da minha mulher”, ou “dormir com minha mulher todos os dias para mim é um tormento”. Da mesma forma também ouço por parte das mulheres o mesmo tipo de queixas, “olha eu não suporto mais nem ver o meu marido quanto mais me deitar com ele”, ou “olha o senhor não sabe como é difícil e dolorido quando o meu marido quer fazer sexo comigo, Deus me livre sinto até mal”, ou também ”se eu pudesse ia para bem longe, largava tudo e não iria querer mais nem ouvir falar do meu marido”.
Estes momentos são sempre muito tristes, uma vez que estas expressões vêem vazadas por muitas dores e um intenso sentimento de culpa e por vezes por um imenso sentimento de derrota.
Aliás, talvez se eu fosse retratar aqui todas as queixas ouvidas muito provavelmente iria estourar o espaço desse modesto blog relatando tudo que eu tenho testemunhado em experiências sacrificiais de pessoas que me buscam, trazendo consigo as suas demandas pessoais em torno dos muitos relacionamentos já esgarçados, sofrido, desgastado, mal vivido, nauseante, muitos já em estado de putrefacção plena, e a vomitar todo um sentimento de insatisfação e uma terrível sensação de impotência e de improdutividade diante a cessação do desejo.
De um lado é ela que se sente completamente rejeitada, trocada, excluída da relação e se sentir um zero a esquerda, na medida em que não há mais abertura para o relacionamento pleno. Do outro lado está o outro a se sentir um impotente já que os seus desejos sexuais, em geral diários, estão sendo completamente rechaçados por ela, que assim passa a viver uma imensa crise de abandono. No caso, quando ele é o mantenedor do lar sente-se ainda mais infeliz, vê-se explorado, extorquido, já que passa a servir tão somente para pagar as contas do lar e nada mais, gerando profundos desgosto com tudo e com todos.
E, como agravante, nas crises estes momentos acontecem geralmente de forma unilateral, ocorre numa via de mão única, sempre existe um que quer muito o fim e o outro que não o quer, existe então uma somatória de interesses e de esforços antagónicos, sempre em direção contrária fazendo com que as reações de ambas as partes tendam a ser bastante conflitantes e até mesmo agressivas, com um agravante ainda pior todos do lar passam a sentir os efeitos dessa demanda, os filhos, as noras, os genros, os netos, os vizinhos, a serviçal, o papagaio e o cachorro, ninguém consegue escapar ileso dessa disputa que se acirra mais a cada dia.
E é essa sensação de unilateralidade do querer e do não querer, que se torna o grande agende agravador da situação, e o fator multiplicador para que os sofrimentos se dêem em grossas camadas para ambos os lados.
Nestes casos, no caso do homem eles costumam dizer, “nossa meu amigo ninguém dá conta de uma mulher dessas”, “olha transo com ela somente se for por obrigação mesmo”, ou “Deus me livre, eu finjo até que estou dormindo para que eu possa sair fora de d. Maria lá de casa”. No caso da mulher esta diz sempre que solicitada a fazer o sexo, “que não deseja fazer”, “estou com cândida”, “eu me sinto tão mal que preferiria morrer”, ou “olha isso é terrível”, “me sinto usada, invadida”, “é como se eu fosse estuprada todos os dias na minha própria cama”. Assim ao ouvir estes relatos os ouvidos sempre sensíveis da psicologia podem captar exatamente a extensão do sofrimento que eles carregam em si, e sentir que embutido nestes relatos estão os traços de um sofrimento cortante, fino, carregado de ansiedades, buscando em você uma solução urgentíssima para debelar um incêndio que eles já não suportam mais.
O interessante é que nesta sensibilidade fina da escuta, podemos também observar que na maioria dos casos trata-se de casais que se estimam muito, que verdadeiramente se gostam, e que não se desejam mal algum, e nem tão pouco querem perder um ao outro, eles simplesmente em algum momento da caminhada conjunta deixaram de ser amantes, deixaram de ser seres desejantes entre si, e gostariam muito até de manterem a vinculação existente entre eles e ficariam felizes em preservar as relações de família existente.
Eles se estimam e se admiram, se gostam, más gostariam ardentemente de abrir mão do fator afetivo, desejante, do caráter sexualizado existente no relacionamento comum, o fator dificultador que pega mesmo é a incompreensão de que tudo passa, tudo se esvai, tudo é temporário, e de que nada é para sempre, e assim não admitem liberar o outro, dar-lhe a carta de alforria, ser feliz, continuar sendo feliz e deixar o outro também ser feliz.
E assim teimam em continuar fazendo do obrigatório uma obrigação, não percebem que a união afetiva é um contrato, sujeito as vinculações e as desvinculações, estabelecem-se sociedades afetivas e sociedades afetivas se desfazem, tudo tem um tempo, tudo é possível, tudo é permitido, só não temos o direito de nos mantermos infelizes e nem de manter o outro infeliz ao nosso lado, pelo simples prazer de que assim seja até que a morte nos separe!...
O fim do desejo é como um punhal fino e afiado que corta de dentro para o interior, que mata o desejo, más que em geral não mata a estima, e talvez por isso mesmo se torna tão pesado e tão doloroso para os corações envolvidos.
Na verdade eles gostariam de seguir uma via solo no sentido da felicidade, sendo feliz e deixando o outro também ser feliz, eles se reconhecem felizes como companheiros de jornada, más se vêem intensamente infelizes como parceiros das experiências afetivas, e por isso sem saberem separar as coisas eles continuam cada vez mais infelizes e mais desafortunados.
Más, então onde reside o problema nestes casos?
Ora ele está em primeiro lugar quando registramos que na maioria dos casos existe de forma unilateral, em geral apenas um dos parceiros tem esse sentimento de termino do desejo, do esgotamento das relações, da falência da vida afetiva, e por isso mesmo a outra parte se sente lesada e insiste em não compreender os acontecimentos.
Porque?
Porque ela ainda gosta, ainda acredita no desejo, e ainda sente necessidade da relação, e passa a se sentir rejeitado, banido, excluído do mundo afetivo do outro e pior sem as justas explicações, e mesmo que estas explicações sejam exaustivamente dadas a parte lesada não conseguirá entende-las, é incompreensível para o ser desejante ser preterido ou excluído do mundo afetivo do seu parceiro, e por isso mesmo todas as justificativas são totalmente injustificáveis.
Olha por incrível que pareça, quando isso acontece a sensibilidade desse modesto observador registra que os homens sofrem mais que as mulheres, pois têm maior dificuldade de aceitação, e assim passam a empreender esforços hercúleos para conseguirem retomar o seu espaço junto ao coração de sua parceira.
O machismo aí se desfaz e o ser dominador, o caçador, vira então a caça e para isso ele é capaz de tudo, de se humilhar, suplicar, lutar até o ultimo instante, e na eminência de uma derrota muitos pegam o caminho das bebidas, alguns se tornam violentos e até assassinos frios, e outros avançam na direção do suicídio, eles perdem o controle de si.
O sentimento masculino parece ter maior dificuldade de aceitação ao sentir-se rejeitado, em geral inicialmente sempre vêem a possibilidade de estarem sendo traídos na relação, observo que para os homens é quase humanamente impossível entender que alguém possa rejeitá-los sem que seja pelo motivo de uma traição. Num segundo momento passam a acreditar que a mulher esteja doente, depressiva, com alguma coisa que lhe impeça de usar os próprios sentimentos com normalidade, e num terceiro instante passam a aventar a possibilidade de inveja, intrigas, ou de perseguições demoníacas.
Por ultimo, como um auto consolo eles passam a acreditar que a mulher tornou-se frígida mesmo, pifou a sexualidade, estragou, acostumam transferir a culpa disso para a menopausa, a uma cirurgia, a um estreasse ou uma depressão, más na realidade salvo raríssimas exceções é que eles assumem que a parceira afetivamente não os querem mais.
Aliás, eu considero a possibilidade de os homens utilizarem estas desculpas como puro mecanismo de defesa no intuito até inconsciente de preservar intacto o nicho iracundo do machismo, talvez isso até seja pelo pavor de se sentirem impotentes diante ao poder de decisão da companheira, de se sentirem trocados, ou de se verem como reais perdedores nesses embates afetivos.
No caso da mulher é um tanto quanto diferente, existe uma propensão a se sentir sempre humilhada e derivando para os grandes abatimentos, e daí se seguem severas crises de menos valia. Nestes casos parece mesmo que já há uma tendência sócio familiar para lidar com a possibilidade de ser trocada, passando a transferir as suas frustrações a uma incapacidade pessoal de atrair a atenção de seu homem. Assim enquanto os homens se colocam a campo para descobrirem e lutar contra os fatos, em geral as mulheres adotam a postura do “avestruz” e se retraem, preferem fugir das realidades e passam a transferir todo o peso da culpa para o próprio corpo. Assim, algumas começam a investir abusivamente no próprio visual e ás vezes com tal profundidade que chegam mesmo a permear o ridículo. Outras menos resistentes aos fracassos se deprimem verdadeiramente, e passam a somatizar as mais difusas queixas patológicas e a se vincularem aos mais variados tipos de medicações.
A tudo isso, eu atribuo também aos resistentes mecanismos de defesa, como um recurso cruel que lhes permite tirar o foco dos sofrimentos afetivos transferindo-os para o sofrimento físico, indicando a doença e o sofrimento como seu estado real e impondo-se através da comiseração do outro, vale a pena também considerarmos que muitas irão se tornar cada vez mais obesas ainda que comam até razoavelmente pouco, ou seja, passarão a produzir uma considerável massa adiposa como mecanismo de defesa para justificar o fracasso afetivo.
Observo que muito poucas pessoas assumem a falência, ou a tendência de falência conjugal de frente, de olhos nos olhos, e que pouquíssimos estão preocupados com as causas e com as soluções, a esmagadora maioria está mesmo preocupada em fugir do problema, muitos fingem que ele não existe, vários aparentemente se colocam indiferentes aos acontecimentos, e uma multidão vão se adequando dentro dos mecanismos de defesa mentais e esquivando inclusive de tocar no assunto, de discutir as questões em torno do adoecimento das relações afetivas no lar. Assim estas questões vão se manifestando no físico na forma dos mais variados tipos de doenças, como as depressões, as ansiedades, as doenças alérgicas, e ainda muitas doenças do trato respiratório como as rinites, laringites e as faringites.
Outro fator a se destacar são as obesidades, o ganho de peso principalmente quando as justificativas patológicas não são satisfeitas, e em geral então distantes de tratamentos sérios passam a viver à custa de medicações falseadas que tão somente provocam um efeito balão, esvazia e enche, esvazia e enche más que serve para mascarar as realidades afetivas pessoais.
Interessante que naquilo que a experiência tem me permitido observar, aliás, sempre digo que o laboratório da psicologia é a vida e os tubos de ensaio são as pessoas, percebo que uma multidão de pessoas tem vivido a custas de remédios principalmente os tais emagrecedores, e ainda assim não logram resultados satisfatórios. Muitos chegam mesmo a passar pelas cirurgias de redução de estômago, más observo também que, depois de viverem dias de intensa perda de peso elas vão aos poucos voltando lentamente com o ganho de peso, chegando ao mesmo ponto ao final de alguns anos, e assim têm pouco ganho ou nenhum em seus objetivos.
Assim inicialmente culpam os remédios, depois culpam os médicos, daí passam a culpar os cirurgiões e as técnicas a que foram submetidas tais cirurgias, depois culpam o próprio metabolismo se dizendo pessoas especiais com serias resistências quanto a perda de peso, más só não culpam a si mesmas, porque tudo gira em torno dos mecanismos de defesa pura e simplesmente. Aliás, tenho muito dó quando vejo um homem metido naquelas roupas híbridas que mais parecem uma camuflagem ou um disfarce e sem nenhum atrativo aos olhos mais atentos, ou ao ver uma mulher metida naqueles vestidos “tubinho” que mais parecem uma “manilha” e que lhes engolem as formas femininas não deixando delas o menor vestígio.
Matam o corpo!... é a morte de si...
Para mim modestamente, estas são pessoas que a experiência tem me mostrado, são pessoas que vivem em pesados conflitos afetivos sejam pessoais ou extra pessoais, más que são incapazes de tomarem decisões, incapazes de optar por ser feliz, são casos em que na maioria das vezes presentifica ali um intenso conflito quanto ao “ser desejante” x “ser desejado”, disso eu não tenho a menor duvida.
Por isso, acho mesmo que sempre vale a pena encarar as nossas questões de frente, de forma límpida, transparente, totalizada e com ampla disposição em resolvê-las, pois somente as pessoas bem resolvidas conseguem ser pessoas felizes, entendo que felicidade e atitude são amigas inseparáveis!...
Quando o desejo acaba, acabou, temos mais é que assumir e reconhecer o direito do outro em não ter mais desejo por nós.
Aliás, sofrer para que?
A questão é respeitar simplesmente e seguir em frente, quando alguém não te quer mais vários outros irão te querer e estarão dispostos participarem com você do seu projeto “felicidade”!...
Levante a cabeça e siga em frente!...
Seja feliz!...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

PARTE III - ENTRE AS RELAÇÕES AFETIVA E O SEXO!...

O quarto eixo, é o das relações afetivas, onde tudo se baseia no gostar, querer o outro, sentir, valorizar, e em geral são relações sentidas diferentemente das relações desejantes na
medida em que estas se marcam pelo desejo que vem de fora para dentro, e no caso das relações afetivas os desejo se constroem de dentro para fora.
Neste caso as relações saem do campo dos eventos para verdadeiramente serem estruturais, acontecem em torno de uma construção que é diária, lenta, vivida e sentida a cada passo.
Assim sendo não estão em pauta as formas, nem belezas, nem posse de qualquer ordem, existe tão e simplesmente o “outro” como objeto de amor, por isso é uma relação que se dá de essência para essência, de alma para alma.
O sexo não é o fator causal da relação, más uma conseqüência, produto de uma relação saudável, progressista, sentida e vivida em todas as direções.
Muitos poderiam dizer que eu estou falando de utopia, muito mais pelo contrário, pois este tipo de relação existe mesmo, é real.
Hoje com essa maneira inteligente dos jovens se aproximarem, o “Ficar”, muitas vezes até se sexualizando, naquilo que muitos entendem com ato precoce, vendo isso sem o ismo dos pessimistas, acho que tem sido maravilhoso no aprendizado humano, pois dia a dia tem sido descaracterizada essa tal virgindade, essa tal pureza, dia a dia a guarda dessa tal virgindade vem perdendo o valor, o himem tem deixado de sustentar o discurso machista, e estamos aprendendo a gostar do outro não pelas reservas sexuais más pelas suas potencialidades como seres diferenciados nas linhas da admiração pessoal.
Admiração essa que não mais se fixa obsessivamente em torno de uma virgindade, más pelo respeitar, entregar, dar-se, do ser honesto, pela parceria.
Dia após dia as formas físicas tem perdido um pouco o valor, entrando em cena uma nova ordem nos relacionamentos, a pontualidade do gostar de si, o auto amor, pois somente poderá verdadeiramente gostar do outro aquele que gosta de si mesmo, aliás bem sabemos que cada um somente poderá dar daquilo que possui, abacateiros jamais produzirão melancias ou pitangas, amor produz amor na medida em que respeito produz respeito, e o ser afetivo sem duvida alguma produz afetividade.
Muitos podem até me chamar de modernista, alguns irão me chamar de louco, e outros de pervertedor, aliás, que me chamem estou pouco ligando, hoje já não vivo mais aquele tempo da Virgem Maria, hoje eu a respeito ainda muito mais, de alma e de coração Maria de Nazareth a mãe de Jesus, basta!...
O que me importa se ela foi virgem ou se não foi virgem aliás isso é muito pouco para a sua grandeza, para mim basta o fruto que dela foi gerado, Jesus.
Pelos frutos se conhece a qualidade da arvore!...
As pessoas não podem mais ser julgadas simplesmente pelo sexo que fazem, pela forma do sexo que fazem, ou pela maneira do sexo que fazem, isso não importa, a questão é a qualidade que colocam no sexo que fazem, o respeito, a entrega, a responsabilidade, e a finalidade do sexo que fazem.
Gravidez?
Desculpem-me más acho que isso pertence a esfera social, médica, biológica, questão de saúde gestacional, saúde publica, quanto ao volume de nascimentos isto é para ser pensado pelos sociólogos, talvez acerca da necessidade de um controle mais efetivo da natalidade, métodos anti conceptivos.
Certo é que se o homem fosse criado para fazer sexo atendendo tão somente aos imperativos da natalidade, da procriação, da perpetuação da espécie, seriamos como os demais animais e viveríamos presos a ciclos de desejos primários bem definidos chamados de cio, e a bem da verdade e graças a Deus essa não é a nossa realidade. O sexo entre nós não possui tão somente o objetivo de perpetuidade da espécie, más muito em especial o sexo tem para nós funções bem maiores e mais lindas, a de garantir as intensas trocas de energia entre os seres.
Um parceiro, dois parceiros, parceiros?
Para mim, Isto é uma questão de fórum intimo, permito-me assim parafrasear o maior dos terapeutas, o terapeuta de almas, Jesus, “E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.
Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.
[1]
Assim da maneira que for, que se vá bem e em paz, o seu sexo quanto a você é problema exclusivamente seu, quanto junto ao “outro” será uma questão de responsabilidade conjugal, pertence a vocês dois, olha más em momento algum se permita mutilar o outro em seu campo afetivo pois isso certamente trará conseqüências graves para ambos. Em minha modesta opinião temos que desmitificar essa questões voltadas ao sexo, e tirar desse assunto o véu do sagrado, o invólucro das coisas místicas, pecaminosas, e de sujidade, temos que dar a ele as cores da naturalidade, da responsabilidade e do bom senso, aliás o bom senso sem duvida é o caminho do equilíbrio em tudo.
Disse-me um amigo, “... a vida é um evento de extrema responsabilidade, um exercício continuo de bom senso, ser feliz meu amigo é pura conseqüência”.
Abraços!...

[1] João 08:10,12

PARTE II - ENTRE AS RELAÇÕES AFETIVA E O SEXO!...

Em geral as mulheres aandam extremamente preocupadas com tudo aquilo que não é motivo de preocupação para os homens, pois a maioria não sabe sequer o que seja uma celulite, nem tão pouco o que é essa tal de estria, ele verdadeiramente não está nem aí para isso, se vier com celulite ou sem celulite, com estria ou sem estria, ele come tudo e não deixa nada sobrar, pois a sua cabeça somente gira em torno do orgasmo.
Além do mais, elas gastam uma fortuna em roupas intimas, calcinhas, sutiãs, roupas de dormir, e outros penduricalhos mais, que na realidade no momento “H” vão mesmo ser havidamente retirados, no entanto a maioria esmagadora dos homens não estão nem aí para isso, e a maioria das mulheres não percebem que eles gostam mesmo é de mulheres peladas, nuas.
Aliás, perguntei para vários de meus amigos, qual a cor da calcinha que a mulher deles vestia na ultima relação amorosa, e eles simplesmente sacudiam os ombros, me olhavam fixamente com um olhar vazio, e me diziam assustados “eu não sei uai!... “ , quando outros ainda me faziam uma contra pergunta, “sei lá, você liga pra isso”, os homens não são muito afeitos principalmente aos penduricalhos, aliás isso somente atrapalha o momento, é muita coisa para tirar, atrasa, desconcentra, o mundo masculino é mais objetivo ele se preocupa mesmo é com o orgasmo.
Os homens vivem obstinadamente em função do orgasmo!...
Uma vez atingido o orgasmo eles ficam felizes, com aquela carinha de anjinho caído do céu, de menino que ganhou um pirulito delicioso ou que chegou ao parque de diversões, eles ficam calmos, calminhos, tranquilinhos, sentem-se como se estivessem no sétimo céu, no nirvana, não enchem mais o saco, não cobram nada, tudo está bom, tudo está ótimo, e a sua mulher é a maior podendo lhe pedir qualquer coisa, até o momento em que eles novamente irão começar a procurar suas parceira em função das pressões do cio que lhes abate, e aí começará tudo outra vez!...
Quanto tempo durará o intervalo, aí eu não sei, pode ser de vinte minutos a vários dias, é bom fazer uma tabelinha para evitar surpresas, mal entendidos e novas discussões!...
Por isso as coisas se arrastam, de um lado existe um querendo abater e comer logo a caça, e de outro lado a caça embora já caçada vivendo a ilusão de ser criada delicadamente, acariciada e mantida contemplativamente pelo seu caçador, como se ele matasse a sua fome somente em vê-la.
Por isso mesmo é que as coisas na maioria das vezes não dão certo, o caçador nunca pode ter certeza de que matou a caça, ela tem que se manter sempre em sua alça de mira, para que ele esteja sempre correndo atrás, motivado, municiando a espingarda, e acreditando que um dia ele conseguirá abater a caça.
Estes sim são os caçadores motivados, e essas são as mulheres amadas, desejadas, perseguidas por vários caçadores, que assim passarão a sua vida inteira em função de caçar o incasável, a caça feliz é a caça que jamais morre!...
Bom, más como ia dizendo fazemos sexo por vários motivos, o primeiro é pela motivação primária, ou seja, pelos impulsos que são conduzidos pelas necessidades biológicas e está muito ligado aos objetivos de perpetuação da espécie, sendo assim concluímos que o principal elemento disparador dos desejos são os hormônios, caracteristicamente é um sexo muito animal na medida em que tão somente atende aos anseios que são estritamente primários.
O segundo eixo é o dos desejos, cuja raiz encontra-se na posse, aquilo que comumente chamamos de tesão, trocando em miúdos trata-se de um sentido quase que voltado exclusivamente ao campo sensorial, muita visão, muita gustação, olfação e muito tato, vivemos isto pelos olhos, nariz, boca e mãos, ele se concentra num pega-pega intenso, está muito voltado ao campo das formas, do cheiro, do gosto, da química, e por isso mesmo trata-se de uma questão bastante material e muito real.
Ele precisa de motivação externa para sobreviver, pois que não é vivido de dentro para fora, e sim de fora para dentro, é sempre necessário um estimulo disparador no campo dos sentidos, e está muito voltado ás áreas dos fetiches, das taras individuais, possui até mesmo uma mística, o outro é vivido muito como uma prenda que se disputa, uma mercadoria que se compra, aquilo que pertence ao discurso do ter, visando unicamente a satisfação do ser desejante, acho que se relaciona muito ao discurso Socrático da falta, desejamos sempre aquilo que nos falta, um bumbum torneado, umas pernas bem definidas, uma boca sedutora, cabelos, mãos, muitas vezes roupas, cheiro, olhos, etc.
Hoje, entretanto é uma questão complicada, esse ter por sofrer tão sérios impactos por parte da modernidade, tem se fixado muito na direção do objeto como posse, do descartável, do passageiro, do momentâneo, do viver intensamente sem que haja qualquer investimento afetivo, uma despreocupação com o sentimento alheio, não havendo uma expectativa de continuidade por menor que seja, este eixo em geral é extremamente volátil em sua durabilidade e bastante transitório em termos das conquistas.
Em minha modestíssima opinião, este é o quadrante onde os sofrimentos são mais visíveis, principalmente para os emocionais que inicialmente se deslumbram pelo canto das sereias e não observam os rochedos perigosos nos mares da sedução, e assim não percebem que existe tão somente o desejo de se fagocitar o outro, a relação antropófagista, e a expectativa tão somente centrada no gozo e no deleite, imprevidentes mergulham de cabeça nestas águas turvas e acabam vitimas dos muitos traumatismos causados pela invigilancia.
O terceiro eixo, é o do sexo conveniente, ou seja quando toda a relação dos pares passa a gravitar em torno dos conchavos, aceita-se tudo em função do proveito pessoal, e isso se dá nas relações que eu denomino de pares “Muletas”, sempre há um manco escorando o outro, havendo uma suportação mutua sob os auspícios da tolerância interesseira.
E isso em minha modesta opinião penso ser das relações a mais triste, quando uma pessoa se sujeita a ficar com alguém para usufruir de status, carro, dinheiro, facilidades, beleza, e pior é que isso hoje é vivido como uma experiência comum, e que muitas vezes vão se arrastando, arrastando até que o câncer, o diabetes, e outras doenças convenientemente se instalem, hospedeiras do adoecimento mental que já existia precocemente.
Assim, a auto-estima baixa acaba por determinar a derrocada do sistema imunológico, obituando o ser, se configurando num suicídio muito sofrido e lento.
Podemos também chamar este tipo de vivencia como a relação das aparências, é onde tudo parece, parece ser feliz, parece ser perfeita, parece ser harmônica, parece ser afetiva, más também parece ser saudável, más que verdadeiramente são relações adoecidas, e que somente existe pela falta de capacidade do ser em tomar decisões contrárias aos próprios impulsos, pela falta de coragem em abrir mão das vaidades pessoais.
E a que podemos atribuir isso?
Em minha modestíssima visão atribuo a ausência de amor próprio, e a completa falta de auto-estima em alta, falta do gostar de si mesmo, assim tudo passa a ser vivido pelos impulsos sob os impactos das conveniências.
Isto gera um mar de frustrações sem conta, e falências psicológicas sem precedentes.

PARTE I - ENTRE AS RELAÇÕES AFETIVAS E O SEXO!...

Hoje vivemos algumas dificuldades no contexto das relações afetivas no que se refere a sua relação com a sexualidade, ou dizendo mais diretamente são problemas existentes entre a prática sexual e a afetividade. De um lado uma das maiores reclamações das mulheres é que os homens somente pensam em sexo, aliás, pensam em orgasmo, do outro lado vemos os homens a reclamar dizendo que a maioria das mulheres são arredias a relação, e que elas não querem saber de sexo, e aí tem sido travada uma celeuma em torna dessa apimentada questão.
De um lado os homens não querem fazer sexo querem tão somente “gozar” e de outro uma multidão de mulheres que não aceitam ser “gozadas”, a exigir dos parceiros o sagrado direito de exercitar a sexualidade pelo viés da afetividade, olha pelo jeito isto irá acabar em grandes passeatas de protestos havendo mesmo amplas probabilidades até de acontecerem enfrentamentos públicos.
Ora quando pegamos a questão sexualidade, observamos que pontualmente as pessoas têm exercido o sexo em torno de quatro eixos muito bem definidos, a saber, o sexo biológico de características primárias, o sexo desejo mais conhecido como tesão, o sexo afetivo vincado naquilo que muitos denominam de amor, e o sexo conveniente ditado pelas necessidades pessoais.
Assim nas relações afetivas onde exista o envolvimento sexual, os eixos comentados tem sido a tônica das relações, e não me pergunte qual a melhor ou a combinação mais indicada, pois sinceramente acho que isso é uma questão de foro intimo, gosto, uma decisão pessoal.
Necessidade primaria com afetividade, desejo com afetividade, afetividade e conveniência, conveniência e desejo, e até mesmo uma aliança ampla entre necessidade primária, mais desejo, mais afetividade e mais conveniência, em determinados momentos tem agradado muito a alguns, e em outros momentos vem desagradando totalmente a muitos dos parceiros envolvidos.
Certo é que isso precisa ser discutido.
Que tipo de sexo você faz, que tipo de sexo nós podemos fazer ou damos conta de fazer? É bom para mim? É bom para você?
Sinceramente acho que nestes casos não vale a pena nem lesar aos sentimentos pessoais e nem provocar lesões aos sentimentos do outro, talvez a melhor saída seja mesmo o entendimento.
Más, certo é que a maioria esmagadora das pessoas sem duvida gosta do sexo, apreciam a sua realização, e sentem falta de sua prática, o volume e a intensidade com que se realiza o sexo varia muito de pessoa para pessoa, de situação para situação, e da presença natural de estímulos para tais envolvimentos, más de uma forma ou de outra as pessoas curtem o sexo e sentem muito a sua falta.
Os transtornos de humor que o diga!...
No caso dos homens, nota-se uma necessidade mais acentuada de sexo talvez por possuírem um sexo externo ao contrário das mulheres que é interior, podemos também aí observar alguns eixos importantes:
Em primeiro está o grupo das pessoas com níveis de necessidades maiores, são pessoas que por alguma questão de formação fisiológica se predispõem e possuem mais necessidade de sexo do que as outras.
Em segundo vem aqueles que fazem muito sexo, buscam o sexo até mesmo compulsivamente, em função de uma formação cultural, o machismo, a de se fazer sexo de qualquer jeito e de qualquer forma, más tem que se fazer sexo, fazer sexo para eles é como , almoçar é um hábito diário.
Em terceiro lugar existem aqueles que caem nos embalos do meio que se situam, ou que freqüentam, e assim vivem de fases, vivem assim conforme os amigos, ou seja são reflexos dos estímulos que recebem.
Em quarto existe o grupo daqueles que fazem um sexo intelectualizado, mais sentido, mais vivido, e mais pensado sob uma analise critica e assim alimentam-se mais dele, curtem o sexo como curtem uma pintura de Van Gogh ou uma boa crônica de Carlos Drumond de Andrade, ou mesmo um belo livro de Roberto Shinyashiki, estão sempre a exercê-lo em suas vidas de uma forma mais apurada aos sentidos.
Em quinto e ultimo estão aqueles que o fazem esporadicamente, são iguais a pobres em festa chic só mesmo por obrigação, na realidade não sentem a menor falta, não existe um hábito, e nem por isso podem ser taxados de homossexuais aliás muito mais pelo contrário, interessante é que são pessoas que curtem o outro, gostam de bons momentos, apreciam uma boa companhia, más nem por isso vivem este desejo pelo atrito entre genitais.
Nestes amplos contextos, os homens também possuem algumas características interessantes e que merecem registro, são vaidosos quanto à sua companheira, a maioria adora a conquista, vive a sedução, e aprecia muito se sentir aprovado pela sua parceira quanto à desenvoltura entre as quatro paredes.
Entre os amigos buscam demonstrar muito mais do que realmente são, gostam de estórias, são fantasiosos, amam a fama de garanhão, e se acham muito mais do que realmente são.
Em sua grande maioria se assemelham psicologicamente com aquela ave brasileira “ O Carcará”, que nos remete á inesquecível interprete e compositora Nara Leão, “Carcará, pega, Mata e come, carcará é malvado é valentão...”, tão logo a avezinha não demonstre mais nenhuma resistência ou oposição ao seu bico poderosíssimo, ele então imediatamente descarta a sua presa, partindo em busca de uma próxima caça.
Assim também é o instinto masculino de abater a caça, enquanto a mulher ainda esboça reação ela se mantém comida, enquanto ela for um objeto de conquista ele estará lá a bicá-la, na medida em que ela ceder, não esboçar mais resistência, morrer, e ele se sentir com amplo domínio da situação imediatamente a largará, baterá suas asas indo em busca de novas caças.
Cabe aqui como contribuição de nosso modesto blog um pequeno lembrete ás mulheres, enquanto você não morrer o carcará estará lá a comê-la quase que diariamente com seu bico afiado, más no momento em que você se entregar, morrer, finar para o relacionamento, tenha certeza que você vira passado, lenda, história do ontem, e ele então sairá em busca de novas presas.
O homem é acima de tudo um caçador por natureza, e muitas vezes é um predador terrível, vivendo sempre em função de sua caça, a espreita, de tocaia, sempre buscando, e se conseguir caçar tem o ímpeto imediato de matar sua caça, comê-la ainda quente e viva se possível, refestelar-se, e partir em busca de desafios novos que venham a lhe aplacar a interminável fome de aventuras e a perpetua sede de novas conquistas.
As mulheres por sua vez, estão sempre dispostas a fazer o jogo da sedução, adoram ser massageadas emocionalmente, gostam muito de se sentirem caçadas, e principalmente e infelizmente de entregarem-se logo as primeiras investidas de seus predadores sem quaisquer reservas.
A grande maioria sendo extremamente emocionais adora sonhar e ser sonhada, vivem o máximo das fantasias, e relutam para que as realidades nunca sejam vividas e tão pouco entendidas, adoram morrer, ou fingirem-se de mortas, e assim entregam-se sem resistências ao Carcará, sem se darem conta que no próximo momento ele baterá em retirada por completa desmotivação, por não haver mais o jogo emocionante da conquista.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

SINDROME DA DESMOTIVAÇÃO CONJUGAL

TRANSTORNO DO HUMOR CONJUGAL
OU
SINDROME DA DESMOTIVAÇÃO CONJUGAL.


Dentro da nossa prática diária na “Clinica da Afetividade”, tenho deparado com um volume sempre crescente na demanda de pessoas que têm me procurado com uma ânsia enorme de resolver o mais rapidamente possível a problemática conjugal.
Sentem que está havendo uma dissolução rápida, em função da existência de uma afetividade conjugal agonizante, moribunda, já localizada nos setores de emergência do CTI emocional, assim vêem momento a momento a afetividade antes vivida avidamente e repleta de desejos dar sinais inequívocos de deteriorização, a caminhar quase que irremediavelmente para a morte.
A chegada destes pacientes se caracteriza pelos sinais emergenciais de socorro, interessante que caracteristicamente todos eles demonstram relutar para que a instituição família não morra em suas mãos, muito embora se sintam verdadeiramente jogando a toalha em tudo aquilo que se refere a relação conjugal, em especial a vida afetiva, a sexualidade, a desejo, a orgasmo, a caricias, sentem que chegaram ao extenuar das forças emocionais, já não suportam mais a relação a dois, a conjugalidade, o convívio afetivo com o outro.
Importante que outro dia levantando meus dados pessoais um a um, pude perceber claramente que não se trata de crises especificamente femininas, ou especificamente masculinas, ela não possui lado definido, as queixas são as mesmas, idênticas, muitos claras para ambos os lados. Há também uma imensa flutuação de idade, sendo registrada entre casais muito novos e também nos mais velhos, e também não há uma definição quanto ao tempo vivido a dois, digamos há uma variação entre dois a quatro anos de convivência, más também se observa muitas ocorrências entre casais com quinze a vinte anos de experiência a dois, e diga-se de passagem pudemos observar que são experiências muito bem definidas e até ali muito bem sucedidas.
Outra característica é que não existe uma magoa localizada, uma raiva, de machucar o outro, ou um desejo de ver o outro derrotado, ou perdido em seu processo existencial, não muito ao contrário, caracteriza-se por atingir pessoas que se estimam, que se admiram, que desejam o melhor entre si, e que sabem reconhecer e destacar os valores recíprocos, e que verdadeiramente desejam ao outro a maior felicidade possível na seqüência de suas experiências.
Más na realidade por me procuram?
Elas querem se separar, e querem se separar com urgência, alguns com emergência, pois dizem já não suportam mais a relação a dois, não conseguem mais manter a mínima convivência com o outro, más também não desejam magoar o outro, querem tão somente se separar, pois conforme dizem “já não suporta mais” permanecer junto!...
Quando pergunto a eles sobre quais são os reais motivos dessa separação, de inicio sempre esperava que me apontassem motivos convencionais como, ele me traiu!... ela tem me trocado por outro... ou ele não cuida da família, ela é irresponsável no trato com o lar e com as coisas do lar, ...ou ele é muito agressivo, ...mau, ...ou mesmo que ela seja muito agressiva, rebelde, não é suportável e etc. Não, confesso que muito mais pelo contrário eu não tenho encontrado essas questões,estas desculpas, nem mesmo a mais comum, a tão propalada incompatibilidade de gênios.
Más então quando os recebo quais as queixas que eu tenho escutado?
. Insônia.
. Irritabilidade constante e recorrente atingindo níveis de agressividade com relação ao outro.
. Momentos de intensa ansiedade.
. Ganho ou perda de peso sem causa aparente.
. Insatisfação generalizada com o parceiro afetivo provocando uma inadequação a pessoas, locais e circunstancia.
. Choros compulsivos sem causa aparente.
. Dias de intenso desanimo.
. Sentimento de fraqueza continua com a sensação de perda constante de forças;
. Estado psicológico totalmente contrário a vida afetiva, com sentimento continuo de repulsa pelo outro.
. “Olha eu não suporto mais conviver com.... eu simplesmente não aquento mais”
. “Eu não sinto mais o mínimo desejo sexual, aliás me sinto mal quando tenho que fazer sexo com...”
. “Olha eu não suporto .... até a sua voz me irrita, tenho vontade de sair correndo e não parar mais”
. “Não agüento mais o/a .... não suporto mais nem que me encoste, sinto-me intensa irritação de desejo de chorar”
É importante anotar que ao mesmo tempo em que falam de uma de uma repulsa do outro, lançam também o contraditório quando falam do abandono, do se sentirem só, e demonstram o anseio desesperado de fugirem da solidão!...
. Não sinto nada com relação a .... é como se houvesse um vazio dentro de mim a única coisa que quero é desaparecer”
. “Perdi totalmente o meu desejo sexual, quando sou procurado para mim parece um martírio, se cedo tentando até mesmo compensar alguma coisa, depois me sinto a ultima das pessoas”
. Tenho até dó de... pois não consigo mais satisfaze-... sexualmente!...
. “Eu me tornei um ser assexuado!...”
. “Olha tenho ficado no sofá assistindo filmes até altas horas da noite e por lá costumeiramente durmo, e me desespero quando sou convidad... para ir para a nossa cama”.
“Temos dormido em ambientes separados já a mais de um ano, eu não suporto mais conviver com...”
. “Tenho verdadeiro horror quando el... me encosta a noite, durmo lá no cantinho quase caindo da cama só para não encostar nel...”
. “Fim de semana para mim é um martírio, tudo que eu quero é sumir”
. “Quero separar, quero separar, quero separar, quero separar... “
Na realidade tenho estudado esses casos um a um, e confesso inclusive que isso tem sido o meu atual foco de estudos e de buscas pelos motivos a seguir:
. Sou um árduo defensor da família.
. Sou um vigoroso defensor da estabilidade conjugal.
. Em muitos casos registro a presença de crianças no processo, seres que fatalmente sofrerão profundamente muito todo esse desfecho, e que levaram muitas vezes marcas irrecuperáveis para o resto de suas vidas por muito amarem seus pais.
.E porque bem sei que por mais que os pais e que nós os terapeutas nos desdobremos para amenizar tais situações ainda somos insuficientes na maioria das vezes.
. Em algumas situações percebo mulheres que terão extremas dificuldades para se manterem econômica e financeiramente estáveis, já que até ali sempre viveram numa relação de dependência e não se preocuparam em se preparar para o futuro, separação essa que então lhes trará profundos transtornos, e em muito casos provocará graves problemas sociais.
Na grande maioria dos casos, porque também percebo que nestas relações conjugais que visivelmente descem pelo ralo, estiolando-se de forma voraz, existem ali pessoas que se amam, que se estimam, e se respeitam muito, más que momentaneamente estão passando por uma situação de crise, de desequilíbrio, que eu sei diagnosticar más que infelizmente não tenho conseguido definir a base etiológica para poder atuar nas causas.
Por isso tenho trabalhado duro clinicamente procurando dar o máximo de mim, más na realidade tenho também a consciência de que na maioria das vezes a minha transpiração profissional tem sido insuficiente, e a minha inspiração tem sido em vão, recursos técnicos e científicos tem sido inócuos, não tendo conseguido o êxito desejado, e isso meus amigos muitas vezes tem me deixado com um certo sentimento de verdadeira insuficiência, e por isso mesmo é que estou colocando este assunto em discussão!...
Uma observação feita por mim é de que em três casos, eu indiquei estes pacientes á “Clinica Psiquiátrica”, sob a alegação da observância de sintomas que me indicavam a presença de “Transtornos Depressivos”, havendo aí uma pronta aceitação da “Psiquiatria” ao quadro, conseguimos melhorar bastante os níveis destes relacionamentos, recuperamos boa parte da convivência, e ainda conseguimos recuperar a estima conjugal, entretanto por ser ainda fatos recentes, reconheço clara e nitidamente que há no momento uma prevalência química sobre o ambiente psicológico determinando uma melhora no comportamento emocional.
E aí fica a pergunta, até quando perdurará esse quadro de reequilíbrio afetivo?
Será duradouro?
Será que dependeremos para sempre do apoio medicamentoso em função da estabilidade afetiva?
Precisaremos ainda de tempo para que essa interação “Psicoterapia”, e “Fármacos” possam nos dizer quais seriam os verdadeiros caminhos a seguir?
Eu, sinceramente acho que nessa discussão há um espaço grande para uma interlocução com a “Sociologia”, vejo que nestas questões existem uma dose muito grande daquilo que chamamos de “Contribuições Sociais”, no sentido de melhor analisarmos a questão da força das “Transformações Impostas pela Modernidade”.
Há de se ver, e se ver com urgência onde nós temos que interferir e mudar, onde nós temos que nos preparar melhor para esse grande embate, FAMILIA, CONJUGALIDADE, AFETIVIDADE X MODERNIDADE, ou nós os “Psicoterapeutas” , os “Psiquiatras” estaremos cada vez mais sobrecarregados, e sem duvida alguma os laboratórios estarão cada vez mais milionários vendendo suas drogas perversas, e as varas de famílias, os Juízes cada vez mais abarrotados de ações, aliás isso não importa muito, pois eles ganham salários cada vez mais astronômicos, enquanto que nós os psicólogos e os médicos ganhamos cada vez menos.
Pior, é que vamos documentando uma legião cada vez maior de crianças infelizes, assistindo os seus lares se desfazerem dia após dia, e eles fragilizados, impotentes, ainda têm que aquentar tudo isso até a sua consumação final, e ainda tendo de suportar o fatídico revezamento das visitas paternas, como se fossem mercadorias ou um fardo pesadíssimo para ambos os lados, necessitando serem divididos semanalmente para que assim sejam suportados, sem falarmos da perda do poder aquisitivo dos pais restando para eles tão somente as faltas e as necessidades do dia a dia, inseridos no imenso papelório para disputas homéricas das miseras pensões.
Tudo isso sem contar com o incalculável custo social, adoecimentos, incapacitação profissional, baixa produtividade, faltas ao trabalho, medicamentos, exames, tabagismos excessivo e o alcoolismo em profusão, sem contar o alto numero de separados e separadas que descambam abertamente para a prostituição social.
E pior, vamos encontrando cada vez mais pessoas infelizes, assistindo diariamente a derrocada de si mesmos na grande falência das expectativas efetivas na negação do amor!...
Vale a pena começarmos a pensar nisso!... .

Dentro da nossa prática diária na “Clinica da Afetividade”, tenho deparado com um volume sempre crescente na demanda de pessoas que têm me procurado com uma ânsia enorme de resolver o mais rapidamente possível a problemática conjugal.
Sentem que está havendo uma dissolução rápida, em função da existência de uma afetividade conjugal agonizante, moribunda, já localizada nos setores de emergência do CTI emocional, assim vêem momento a momento a afetividade antes vivida avidamente e repleta de desejos dar sinais inequívocos de deteriorização, a caminhar quase que irremediavelmente para a morte.
A chegada destes pacientes se caracteriza pelos sinais emergenciais de socorro, interessante que caracteristicamente todos eles demonstram relutar para que a instituição família não morra em suas mãos, muito embora se sintam verdadeiramente jogando a toalha em tudo aquilo que se refere a relação conjugal, em especial a vida afetiva, a sexualidade, a desejo, a orgasmo, a caricias, sentem que chegaram ao extenuar das forças emocionais, já não suportam mais a relação a dois, a conjugalidade, o convívio afetivo com o outro.
Importante que outro dia levantando meus dados pessoais um a um, pude perceber claramente que não se trata de crises especificamente femininas, ou especificamente masculinas, ela não possui lado definido, as queixas são as mesmas, idênticas, muitos claras para ambos os lados. Há também uma imensa flutuação de idade, sendo registrada entre casais muito novos e também nos mais velhos, e também não há uma definição quanto ao tempo vivido a dois, digamos há uma variação entre dois a quatro anos de convivência, más também se observa muitas ocorrências entre casais com quinze a vinte anos de experiência a dois, e diga-se de passagem pudemos observar que são experiências muito bem definidas e até ali muito bem sucedidas.
Outra característica é que não existe uma magoa localizada, uma raiva, de machucar o outro, ou um desejo de ver o outro derrotado, ou perdido em seu processo existencial, não muito ao contrário, caracteriza-se por atingir pessoas que se estimam, que se admiram, que desejam o melhor entre si, e que sabem reconhecer e destacar os valores recíprocos, e que verdadeiramente desejam ao outro a maior felicidade possível na seqüência de suas experiências.
Más na realidade por me procuram?
Elas querem se separar, e querem se separar com urgência, alguns com emergência, pois dizem já não suportam mais a relação a dois, não conseguem mais manter a mínima convivência com o outro, más também não desejam magoar o outro, querem tão somente se separar, pois conforme dizem “já não suporta mais” permanecer junto!...
Quando pergunto a eles sobre quais são os reais motivos dessa separação, de inicio sempre esperava que me apontassem motivos convencionais como, ele me traiu!... ela tem me trocado por outro... ou ele não cuida da família, ela é irresponsável no trato com o lar e com as coisas do lar, ...ou ele é muito agressivo, ...mau, ...ou mesmo que ela seja muito agressiva, rebelde, não é suportável e etc. Não, confesso que muito mais pelo contrário eu não tenho encontrado essas questões,estas desculpas, nem mesmo a mais comum, a tão propalada incompatibilidade de gênios.
Más então quando os recebo quais as queixas que eu tenho escutado?
. Insônia.
. Irritabilidade constante e recorrente atingindo níveis de agressividade com relação ao outro.
. Momentos de intensa ansiedade.
. Ganho ou perda de peso sem causa aparente.
. Insatisfação generalizada com o parceiro afetivo provocando uma inadequação a pessoas, locais e circunstancia.
. Choros compulsivos sem causa aparente.
. Dias de intenso desanimo.
. Sentimento de fraqueza continua com a sensação de perda constante de forças;
. Estado psicológico totalmente contrário a vida afetiva, com sentimento continuo de repulsa pelo outro.
. “Olha eu não suporto mais conviver com.... eu simplesmente não aquento mais”
. “Eu não sinto mais o mínimo desejo sexual, aliás me sinto mal quando tenho que fazer sexo com...”
. “Olha eu não suporto .... até a sua voz me irrita, tenho vontade de sair correndo e não parar mais”
. “Não agüento mais o/a .... não suporto mais nem que me encoste, sinto-me intensa irritação de desejo de chorar”
É importante anotar que ao mesmo tempo em que falam de uma de uma repulsa do outro, lançam também o contraditório quando falam do abandono, do se sentirem só, e demonstram o anseio desesperado de fugirem da solidão!...
. Não sinto nada com relação a .... é como se houvesse um vazio dentro de mim a única coisa que quero é desaparecer”
. “Perdi totalmente o meu desejo sexual, quando sou procurado para mim parece um martírio, se cedo tentando até mesmo compensar alguma coisa, depois me sinto a ultima das pessoas”
. Tenho até dó de... pois não consigo mais satisfaze-... sexualmente!...
. “Eu me tornei um ser assexuado!...”
. “Olha tenho ficado no sofá assistindo filmes até altas horas da noite e por lá costumeiramente durmo, e me desespero quando sou convidad... para ir para a nossa cama”.
“Temos dormido em ambientes separados já a mais de um ano, eu não suporto mais conviver com...”
. “Tenho verdadeiro horror quando el... me encosta a noite, durmo lá no cantinho quase caindo da cama só para não encostar nel...”
. “Fim de semana para mim é um martírio, tudo que eu quero é sumir”
. “Quero separar, quero separar, quero separar, quero separar... “
Na realidade tenho estudado esses casos um a um, e confesso inclusive que isso tem sido o meu atual foco de estudos e de buscas pelos motivos a seguir:
. Sou um árduo defensor da família.
. Sou um vigoroso defensor da estabilidade conjugal.
. Em muitos casos registro a presença de crianças no processo, seres que fatalmente sofrerão profundamente muito todo esse desfecho, e que levaram muitas vezes marcas irrecuperáveis para o resto de suas vidas por muito amarem seus pais.
.E porque bem sei que por mais que os pais e que nós os terapeutas nos desdobremos para amenizar tais situações ainda somos insuficientes na maioria das vezes.
. Em algumas situações percebo mulheres que terão extremas dificuldades para se manterem econômica e financeiramente estáveis, já que até ali sempre viveram numa relação de dependência e não se preocuparam em se preparar para o futuro, separação essa que então lhes trará profundos transtornos, e em muito casos provocará graves problemas sociais.
Na grande maioria dos casos, porque também percebo que nestas relações conjugais que visivelmente descem pelo ralo, estiolando-se de forma voraz, existem ali pessoas que se amam, que se estimam, e se respeitam muito, más que momentaneamente estão passando por uma situação de crise, de desequilíbrio, que eu sei diagnosticar más que infelizmente não tenho conseguido definir a base etiológica para poder atuar nas causas.
Por isso tenho trabalhado duro clinicamente procurando dar o máximo de mim, más na realidade tenho também a consciência de que na maioria das vezes a minha transpiração profissional tem sido insuficiente, e a minha inspiração tem sido em vão, recursos técnicos e científicos tem sido inócuos, não tendo conseguido o êxito desejado, e isso meus amigos muitas vezes tem me deixado com um certo sentimento de verdadeira insuficiência, e por isso mesmo é que estou colocando este assunto em discussão!...
Uma observação feita por mim é de que em três casos, eu indiquei estes pacientes á “Clinica Psiquiátrica”, sob a alegação da observância de sintomas que me indicavam a presença de “Transtornos Depressivos”, havendo aí uma pronta aceitação da “Psiquiatria” ao quadro, conseguimos melhorar bastante os níveis destes relacionamentos, recuperamos boa parte da convivência, e ainda conseguimos recuperar a estima conjugal, entretanto por ser ainda fatos recentes, reconheço clara e nitidamente que há no momento uma prevalência química sobre o ambiente psicológico determinando uma melhora no comportamento emocional.
E aí fica a pergunta, até quando perdurará esse quadro de reequilíbrio afetivo?
Será duradouro?
Será que dependeremos para sempre do apoio medicamentoso em função da estabilidade afetiva?
Precisaremos ainda de tempo para que essa interação “Psicoterapia”, e “Fármacos” possam nos dizer quais seriam os verdadeiros caminhos a seguir?
Eu, sinceramente acho que nessa discussão há um espaço grande para uma interlocução com a “Sociologia”, vejo que nestas questões existem uma dose muito grande daquilo que chamamos de “Contribuições Sociais”, no sentido de melhor analisarmos a questão da força das “Transformações Impostas pela Modernidade”.
Há de se ver, e se ver com urgência onde nós temos que interferir e mudar, onde nós temos que nos preparar melhor para esse grande embate, FAMILIA, CONJUGALIDADE, AFETIVIDADE X MODERNIDADE, ou nós os “Psicoterapeutas” , os “Psiquiatras” estaremos cada vez mais sobrecarregados, e sem duvida alguma os laboratórios estarão cada vez mais milionários vendendo suas drogas perversas, e as varas de famílias, os Juízes cada vez mais abarrotados de ações, aliás isso não importa muito, pois eles ganham salários cada vez mais astronômicos, enquanto que nós os psicólogos e os médicos ganhamos cada vez menos.
Pior, é que vamos documentando uma legião cada vez maior de crianças infelizes, assistindo os seus lares se desfazerem dia após dia, e eles fragilizados, impotentes, ainda têm que aquentar tudo isso até a sua consumação final, e ainda tendo de suportar o fatídico revezamento das visitas paternas, como se fossem mercadorias ou um fardo pesadíssimo para ambos os lados, necessitando serem divididos semanalmente para que assim sejam suportados, sem falarmos da perda do poder aquisitivo dos pais restando para eles tão somente as faltas e as necessidades do dia a dia, inseridos no imenso papelório para disputas homéricas das miseras pensões.
Tudo isso sem contar com o incalculável custo social, adoecimentos, incapacitação profissional, baixa produtividade, faltas ao trabalho, medicamentos, exames, tabagismos excessivo e o alcoolismo em profusão, sem contar o alto numero de separados e separadas que descambam abertamente para a prostituição social.
E pior, vamos encontrando cada vez mais pessoas infelizes, assistindo diariamente a derrocada de si mesmos na grande falência das expectativas efetivas na negação do amor!...
Vale a pena começarmos a pensar nisso!...

sábado, 29 de março de 2008

PENSANDO EM SEPARAÇÃO?


Hoje tem sido cada vez mais comum as pessoas pensarem em uma separação conjugal, na realidade muitas são levadas pelo modismo, outras pelo comodismo, e algumas outras tomam esse caminho por verdadeiramente enfrentarem situações complicadas com respeito a vida a dois.
Más certo é que a cada vez mais as pessoas tem se mostrado dispostas a romper o seu relacionamento afectivo ou conjugal, elas hoje estão com menos medo de efectivarem esse rompimento, e isso não representa mais um pavor ou uma barreira intransponível para muitos.
As pessoas definitivamente estão perdendo o medo desse fantasma chamado solidão, a grande maioria esta disposta a enfrentá-la, e a buscar saídas criativas e inteligentes, elas estão aprendendo cada vez mais a perceber que ninguém está totalmente só!...
Que a solidão não é uma questão de logística más um estado de alma!...
Ora falamos então de um modismo, sim há um modismo em voga e ele é plenamente perceptível, pessoas acabando com o tabu ou o estigma da separação, estão passando a ver esta intrincada questão como um caminho e não como um engano, como uma tomada de decisão e não como uma duvida atroz, como um comportamento muitas vezes saudável e até mesmo chic e não como um fardo ou uma execração social, o modismo do momento é do comportamento ligth, não adianta o corpo estar leve se a alma continuar pesada.
Este estado de mudanças no foco das separações, tem retirado as pessoas do lugar do sofrimento, de um inferno onde somente exista o caos, do inaceitável, e observando estas mudanças de curso com respeito as separações as pessoas têm passado até a lhe conferir um certo prazer, na medida em que passam a perceber que a vida é feita de decisões, de retomadas, de reinícios, que a vida é um eterno recomeço, e que recomeçar é um ao de coragem.
E que socialmente foi-se a época em que pesava sobre as separações, o sentido finalistico das coisas, as laminas afiadas das criticas sociais, muito pelo contrário, a separada ou o separado hoje são considerados pessoas transparentes, e passam a simplesmente lhes destacar a coragem, a capacidade de decisão, e muitas vezes a pontuar também a sua situação futura de liberdade.
A bem da verdade hoje as pessoas estão muito pouco preocupadas com a situação emocional, financeira, conjugal, empresarial de quem quer que seja, não querem saber se você está bem ou mal, ou se você está dando conta de gerir a sua situação, bem como se você está feliz com todos esses acontecimentos que momentaneamente rodam a sua vida.
A falta de tempo imposta pela modernidade , faz existir cada vez mais uma regrazinha muito simples, cada um responde por si e pelas suas emoções, aliás a algum tempo se dizia que cada na sua e Deus na de todos, assim a sua vida cabe tão somente a você.
A bem da verdade tenha sempre muito cuidado com todas as considerações provindas dos lábios da modernidade, em geral carregam em si uma carga muito grande de individualismo, uma vez que elas trazem consigo um sentido de alheamento generalizado, e em geral estão completamente dissociadas de razão.
Procure não embarcar nos achismos, evite os processos de auto ajuda pois mais não fazem do que construir castelos de areia, uma ilusão das realidades primárias e muito crregadas senso comum e de superficialidades.
Pois muito provavelmente se você não tomar certos cuidados por certo acabará como dizemos nós os mineiros, "dando com os burros n'agua".
Lembre-se sempre que separação, que o termino de uma vida afectiva seja onde exista o compromisso de um casamento ou mesmo onde somente exista laços de afecto, é uma questão muito séria e assim sendo deve ser sempre vista com responsabilidade, sinceridade, seriedade e o bom senso que a decisão exige.
Falamos que algumas pessoas separam pelo comodismo, e o que seria isso?
Ora o casamento, a vida a dois, as relações afectivas, exigem investimentos contínuos em perseverança, em companheirismos, em desvelo, em investimentos reciprócos, em paciência, em capacidade de luta, em você acreditar que realmente possa dar certo, na capacidade conjunta de ser feliz, e assim o viver a dois podemos ter a certeza que sempre nos exigirá matar um leão a cada dia;
Relações afectivas somente sobrevivem onde hajam buscas e conquistas diárias!...
Assim na medida em que concebemos a vida a dois como um grande desafio e uma grande batalha, tenhamos a certeza que o ser ideal inexiste, e que o ser perfeito muito menos, e que somos todos nós pessoas carregadas de pontos críticos reclamando constantes aferições, entendimento, capacidade de suportação.
Uma vida a dois não sobrevive se for vivida como um conto de fadas, viver a dois é viver realidades pulsantes e desafios a todos os momentos.
E assim quem não estiver disposto a lidar com o peso do outro, a ter que carregar o outro consigo, dificilmente também será carregado, não há vida a dois sem capacidade de luta, sem investimento diário e continuo, sem que haja uma dose muito grande de superação.
E por isso mesmo os comodistas desistem logo diante aos primeiros embates, e nas primeiras alterações de comportamento, nas exigências iniciais tratarão de sair fora, de apressar a fuga pois verdadeiramente o comodismo não suporta responsabilidades.
Aliás, muito comumente eles na ausência de se buscar um termo mais adequado ao fracasso de si mesmos, dão a isso o nome de incompatibilidade de génios.
Muitas outras pessoas se separam por enfrentarem situações complicadas perante a vida a dois, hoje torna-se cada vez mais comum o abuso do álcool, a audiencia de companheirismo, a prática da bissexualidade, as agressões físicas, as agressões psicológicas, os desencantos diversos, traições, doenças incapacitantes, depressões, desvios de conduta, ameaças, e as questões financeiras.
Assim, embora todos esses itens possam vir a justificar o fim de uma experiência a dois, eu acho que seja necessário que sempre se faça uma ampla reflexão em torno do tema, para que se possa aferir com segurança se esse é realmente o caminho mais acertado e a melhor direcção a seguir para o momento.
Toda e qualquer separação deve ser precedida de uma ampla reflexão e um minucioso trabalho de análise pessoal, acostumo dizer que a cisão definitiva de uma união afetiva é uma decisão muito mais profunda, e de ressonâncias emocionais muito mais severas do que as de uma união, um casamento ou da efectivação de uma vida a dois, tendo em vista as implicações que geralmente se fazem acompanhar, e que passam a nortear o mundo emocional de todas as pessoas envolvidas no processo.
Os sentimentos que norteiam os nascimentos são muito mais amenos que os que geralmente gravitam em torno das mortes, e por isso mesmo requerem maiores cuidados.
Por isso antes te se tomar esse tipo de decisão vale a pena abrir alguns questionamentos!...
Porque eu quero este termino?
Quais são as pessoas envolvidas directamente e indirectamente em minha decisão?
Qual é a situação emocional de nossos filhos? (Caso os tenha)
Eu estou preparado(a)?
Como se dará a minha sobrevivência após esta decisão?
Ora todas as perguntas que surgirem, todos os questionamentos efectuados serão sempre bem vindos!...
Lembre-se que a questão não é e nunca será de separar ou deixar de separar, você sempre será livre em suas decisões!...
A questão é de fazê-la bem, de caminhar sem atropelos, de construir o mínimo de sofrimentos possíveis para si e para os outros, e que uma vez consumada a decisão, que você tenha certeza de que naquele momento você fez a melhor escolha!...
E se quiser discutir o assunto conte comigo!...
Jairo Avellar