quinta-feira, 5 de junho de 2008

PARTE I - ENTRE AS RELAÇÕES AFETIVAS E O SEXO!...

Hoje vivemos algumas dificuldades no contexto das relações afetivas no que se refere a sua relação com a sexualidade, ou dizendo mais diretamente são problemas existentes entre a prática sexual e a afetividade. De um lado uma das maiores reclamações das mulheres é que os homens somente pensam em sexo, aliás, pensam em orgasmo, do outro lado vemos os homens a reclamar dizendo que a maioria das mulheres são arredias a relação, e que elas não querem saber de sexo, e aí tem sido travada uma celeuma em torna dessa apimentada questão.
De um lado os homens não querem fazer sexo querem tão somente “gozar” e de outro uma multidão de mulheres que não aceitam ser “gozadas”, a exigir dos parceiros o sagrado direito de exercitar a sexualidade pelo viés da afetividade, olha pelo jeito isto irá acabar em grandes passeatas de protestos havendo mesmo amplas probabilidades até de acontecerem enfrentamentos públicos.
Ora quando pegamos a questão sexualidade, observamos que pontualmente as pessoas têm exercido o sexo em torno de quatro eixos muito bem definidos, a saber, o sexo biológico de características primárias, o sexo desejo mais conhecido como tesão, o sexo afetivo vincado naquilo que muitos denominam de amor, e o sexo conveniente ditado pelas necessidades pessoais.
Assim nas relações afetivas onde exista o envolvimento sexual, os eixos comentados tem sido a tônica das relações, e não me pergunte qual a melhor ou a combinação mais indicada, pois sinceramente acho que isso é uma questão de foro intimo, gosto, uma decisão pessoal.
Necessidade primaria com afetividade, desejo com afetividade, afetividade e conveniência, conveniência e desejo, e até mesmo uma aliança ampla entre necessidade primária, mais desejo, mais afetividade e mais conveniência, em determinados momentos tem agradado muito a alguns, e em outros momentos vem desagradando totalmente a muitos dos parceiros envolvidos.
Certo é que isso precisa ser discutido.
Que tipo de sexo você faz, que tipo de sexo nós podemos fazer ou damos conta de fazer? É bom para mim? É bom para você?
Sinceramente acho que nestes casos não vale a pena nem lesar aos sentimentos pessoais e nem provocar lesões aos sentimentos do outro, talvez a melhor saída seja mesmo o entendimento.
Más, certo é que a maioria esmagadora das pessoas sem duvida gosta do sexo, apreciam a sua realização, e sentem falta de sua prática, o volume e a intensidade com que se realiza o sexo varia muito de pessoa para pessoa, de situação para situação, e da presença natural de estímulos para tais envolvimentos, más de uma forma ou de outra as pessoas curtem o sexo e sentem muito a sua falta.
Os transtornos de humor que o diga!...
No caso dos homens, nota-se uma necessidade mais acentuada de sexo talvez por possuírem um sexo externo ao contrário das mulheres que é interior, podemos também aí observar alguns eixos importantes:
Em primeiro está o grupo das pessoas com níveis de necessidades maiores, são pessoas que por alguma questão de formação fisiológica se predispõem e possuem mais necessidade de sexo do que as outras.
Em segundo vem aqueles que fazem muito sexo, buscam o sexo até mesmo compulsivamente, em função de uma formação cultural, o machismo, a de se fazer sexo de qualquer jeito e de qualquer forma, más tem que se fazer sexo, fazer sexo para eles é como , almoçar é um hábito diário.
Em terceiro lugar existem aqueles que caem nos embalos do meio que se situam, ou que freqüentam, e assim vivem de fases, vivem assim conforme os amigos, ou seja são reflexos dos estímulos que recebem.
Em quarto existe o grupo daqueles que fazem um sexo intelectualizado, mais sentido, mais vivido, e mais pensado sob uma analise critica e assim alimentam-se mais dele, curtem o sexo como curtem uma pintura de Van Gogh ou uma boa crônica de Carlos Drumond de Andrade, ou mesmo um belo livro de Roberto Shinyashiki, estão sempre a exercê-lo em suas vidas de uma forma mais apurada aos sentidos.
Em quinto e ultimo estão aqueles que o fazem esporadicamente, são iguais a pobres em festa chic só mesmo por obrigação, na realidade não sentem a menor falta, não existe um hábito, e nem por isso podem ser taxados de homossexuais aliás muito mais pelo contrário, interessante é que são pessoas que curtem o outro, gostam de bons momentos, apreciam uma boa companhia, más nem por isso vivem este desejo pelo atrito entre genitais.
Nestes amplos contextos, os homens também possuem algumas características interessantes e que merecem registro, são vaidosos quanto à sua companheira, a maioria adora a conquista, vive a sedução, e aprecia muito se sentir aprovado pela sua parceira quanto à desenvoltura entre as quatro paredes.
Entre os amigos buscam demonstrar muito mais do que realmente são, gostam de estórias, são fantasiosos, amam a fama de garanhão, e se acham muito mais do que realmente são.
Em sua grande maioria se assemelham psicologicamente com aquela ave brasileira “ O Carcará”, que nos remete á inesquecível interprete e compositora Nara Leão, “Carcará, pega, Mata e come, carcará é malvado é valentão...”, tão logo a avezinha não demonstre mais nenhuma resistência ou oposição ao seu bico poderosíssimo, ele então imediatamente descarta a sua presa, partindo em busca de uma próxima caça.
Assim também é o instinto masculino de abater a caça, enquanto a mulher ainda esboça reação ela se mantém comida, enquanto ela for um objeto de conquista ele estará lá a bicá-la, na medida em que ela ceder, não esboçar mais resistência, morrer, e ele se sentir com amplo domínio da situação imediatamente a largará, baterá suas asas indo em busca de novas caças.
Cabe aqui como contribuição de nosso modesto blog um pequeno lembrete ás mulheres, enquanto você não morrer o carcará estará lá a comê-la quase que diariamente com seu bico afiado, más no momento em que você se entregar, morrer, finar para o relacionamento, tenha certeza que você vira passado, lenda, história do ontem, e ele então sairá em busca de novas presas.
O homem é acima de tudo um caçador por natureza, e muitas vezes é um predador terrível, vivendo sempre em função de sua caça, a espreita, de tocaia, sempre buscando, e se conseguir caçar tem o ímpeto imediato de matar sua caça, comê-la ainda quente e viva se possível, refestelar-se, e partir em busca de desafios novos que venham a lhe aplacar a interminável fome de aventuras e a perpetua sede de novas conquistas.
As mulheres por sua vez, estão sempre dispostas a fazer o jogo da sedução, adoram ser massageadas emocionalmente, gostam muito de se sentirem caçadas, e principalmente e infelizmente de entregarem-se logo as primeiras investidas de seus predadores sem quaisquer reservas.
A grande maioria sendo extremamente emocionais adora sonhar e ser sonhada, vivem o máximo das fantasias, e relutam para que as realidades nunca sejam vividas e tão pouco entendidas, adoram morrer, ou fingirem-se de mortas, e assim entregam-se sem resistências ao Carcará, sem se darem conta que no próximo momento ele baterá em retirada por completa desmotivação, por não haver mais o jogo emocionante da conquista.

2 comentários:

Anônimo disse...

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Olá Dr Jairo!

Tenho que parabenizá-lo por este blog. Nele são postadas questões delicadas, profundas e sérias e retratados sentimentos difíceis de serem traduzidos. Parabéns pela coragem!
Não há como negar que a mulher é mais emoção e o homem é mais razão.
Mas penso que essa diferença tão visível se constitui uma dádiva de DEUS para que homem e mulher se complementem e cresçam juntos amparados pelo amor verdadeiro.
O interessante é que essa diferença é tangível na teoria mas difícil de ser compreendida na prática.
Estamos sempre nos deparando com as mesmas situações:
a) Depois que se casam os homens deixam a fase da conquista, do namoro, das gentilezas e se permitem viver uma rotina, uma SOLIDÃO A DOIS com muito pouco carinho e entendimento;

b)Alguns relacionamentos não estão sendo construídos na base do respeito e amor e as consequências são muito dolorosas.

c) Precisamos trabalhar as questões postadas aqui e eliminar do nosso íntimo aquela fase em que o homem vivia na época da idade da pedra e usava a força para atingir seus objetivos.
Em suma, nem o homem nem mulher são melhores ou piores, nem santos ou pecadores, nem vítimas ou algozes, ambos têm a mesma parcela de responsabilidade e foram criados para como já disse se complementarem se ajudarem mutuamente mas isso só poderá acontecer quandos ambos despirem-se da prepotência, do orgulho, do egoísmo e da ilusão.
Gostaria de finalizar com um poema que ilustra um pouco essa diferença e complementação mútua mas desconheço o autor.
"
Homem e Mulher

O Homem é a mais elevada das criaturas
A Mulher, o mais sublime dos ideais.

Deus fez para o Homem um Trono; para a Mulher, um Altar.
O Trono exalta, o Altar santifica.

O Homem é o cérebro, a Mulher o coração.
O cérebro produz a Luz, o coração produz Amor.
A Luz fecunda, o Amor ressuscita.

O Homem é o Gênio, a Mulher o Anjo.
O Gênio é imensurável, o Anjo indefinível.

A aspiração do Homem é a Suprema Glória.
A aspiração da Mulher é a Virtude Extrema.
A Glória promove a Grandeza; a Virtude, a Divindade.

O Homem tem a Supremacia; a Mulher a Preferência.
A Supremacia representa a Força; a Preferência, o Direito.

O Homem é forte pela Razão; a Mulher é invencível pela emoção.
A Razão convence; a Emoção comove.

O Homem é capaz de todo Heroísmo; a Mulher, de todo Sacrifício.
O Heroísmo enobrece; o Sacrifício, purifica.

O Homem pensa; a Mulher sonha.
Pensar é ter uma lavra no cérebro; Sonhar é ter na fronte uma aureola.

O Homem é Águia que voa; a Mulher o Rouxinol que canta.
Voar é dominar o Espaço, cantar é conquistar a Alma.

Enfim, o Homem está colocado onde termina a Terra;
a Mulher, onde começa o Céu".

Um fraternal abraço a todos!

Derzita disse...

Concordo plenamente com o comentário (Ana Paula) do comentário de Jairo Avellar. Relações são feitas para para complementar e nunca fracionar. Gosto da maneira como Jairo aborda os assuntos que dizem respeito ao comportamento Homem/Mulher: de maneira clara, sem subterfúgios e sem preconceitos. O poema "O homem e a mulher" (por sinal lindíssimo) é de autoria de Victor Hugo, o memso que escreveu "Os Miseráveis.